terça-feira, 10 de dezembro de 2013

retrospectiva.

2013 foi eternidade. durou 3 longos semestres, com uma semana de férias entre cada um. parece-me que o intervalo entre o dezembro de agora e o anterior foi de milênios. tenho a impressão de que envelheci muito nesse tempo. nada é real exceto o presente, e mesmo assim, sinto como se o peso de séculos estivesse se acumulando sobre mim e me esmagando nesse verão.

2013 foi perder. perdi uma colega de turma para o desespero que te faz pensar que a única opção é desistir. perdi minha melhor amiga para uma bobagem mal dita que acabou se transformando em ódio. perdi meu tio e meu segundo pai para a inefabilidade, a inevitabilidade da morte. perdi a mim mesma dentro do sofrimento por tudo o que eu perdi. perdi um pouco da minha credibilidade no universo e nas outras pessoas. perdi um pouco de mim e fiquei um pouquinho menos jana.

2013 foi aprendizado. sinto como se tivesse aprendido mais em 1 ano de internato do que aprendi em 4 anos de faculdade. finalmente descobri o que quero fazer pelo resto da minha vida - e, ao contrário do que eu sempre imaginei, envolve sangue e bisturis. a parte mais importante do aprendizado, entretanto, não foi a acadêmica: nesse ano, eu mergulhei em mim mesma como nunca tive a oportunidade [e nem a vontade] de fazer antes. aprendi a reconhecer meus defeitos e a tentar melhorá-los. aprendi a compreender melhor minha família. aprendi a amar melhor. aprendi a ser uma pessoa melhor.

2013 foi ganhar. no meio de gente tão diferente de mim, eu ganhei amigos. no meio dos amigos dos outros, eu ganhei outros amigos. no meio da minha família, eu encontrei amigos incríveis. no meio dos meus próprios amigos, eu ganhei uma família bizarra e feliz. ganhei um monte de gente. ganhei muito ao descobrir que a melhor forma de ganhar é perceber o quão importantes são as pessoas ao seu redor.

2013 foi apaixonante. me apaixonei por um livro que fala sobre um menino e uma menina com câncer em amsterdan. me apaixonei pelo peeta mellark. me [re]apaixonei pelos poemas da sylvia plath e pela voz da ella fitzgerald e até pela medicina. me apaixonei por jardinagem. me apaixonei por lírios. me apaixonei por alguém que me faz apaixonar todo dia um pouquinho mais.

2013 foi. foi um ano esquisito, cheio de altos e baixos, que parecia anáfora até quase terminar e, agora que termina, mostra que nada mais é do que alegoria, do que silepse, do que preâmbulo para um 2014 que - espero eu - vai ser maravilhoso.

Um comentário:

B. disse...

Gosto tanto de você Jana! A gente é tão parecida que dói. Você escreve muito bem. Bota aí que em 2013 cê ganhou uma amiga, uma admiradora, uma paga-pau de primeira (talvez porque eu seja um pouco narcisista, te ame tanto quanto eu tento me amar! mas sem as ressalvas que boto de defeitos em mim mesma) e inclusive gineco é ótima, se eu virar sua R1, prometa ser suave.

Beijão <3
Ótimo 2014 pra você!