terça-feira, 17 de junho de 2025

 estou numa maré muito boa ultimamente.

desde que parei de fazer coisas que me prejudicavam - e coloque-se nessa categoria beber e tomar remédio controlado como se não houvesse amanhã - as coisas estão mais equilibradas no meu dia a dia. estou rendendo bem no trabalho e dormindo bem. tudo bem que me falta ânimo pra fazer as atividades do lar - minha casa não vê uma vassoura há semanas -, ir pra academia e cozinhar, mas já me faltava ânimo antes quando eu vivia dopada de coisas que não me faziam bem.

estou me dando melhor com a minha família, com os meus amigos e com os meus colegas de trabalho. sinto falta de romance na minha vida, mas isso está em segundo plano agora - o foco é me colocar bem, me fazer feliz e colocar a cabeça no lugar. sinto que estou me esforçando pra tudo dar certo e eu finalmente poder ser eu mesma sem ter subterfúgios pra me esconder por trás de coisas que só mascaravam o que eu sou e sinto.

escrever me faz bem. me ajuda a colocar as coisas em perspectiva e analisar melhor aquilo pelo que estou passando. escrevo pra ninguém ler. escrevo pra mim mesma. escrevo como forma de terapia. esse blog é só meu, só eu. e estou feliz assim.

lembro de uma época em que ter um blog era praticamente obrigatório pras pessoas que estavam na internet. a maioria das coisas que as pessoas escreviam eram besteiras. por serem públicos, os blogs não eram espaço onde você pudesse assumir quem era e se abrir. eram só pra mostrar pros outros. esse blog nunca foi assim. tive pouquíssimos leitores, e quem me lia, o meu 'público alvo', não eram pessoas da vida real, então eu sempre pude escrever o que se passava na minha cabeça.

e continuo fazendo isso. numa versão piorada de mim mesma, porque sinto que emburreci nos últimos anos. talvez seja o excesso de medicação e de álcool cobrando seu preço ao transformar meu cérebro numa massa disforme e sem capacidade de ter pensamentos organizados, de criar algo bonito, bem feito.

mas essa sou quem eu sou. e me agarro à oportunidade de ser eu mesma, porque ser outra pessoa já não é o suficiente pra mim. quero liberdade.

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